04 setembro, 2009

Pescando a felicidade

Um banqueiro norte-americano estava no cais de uma pequena cidade caribenha quando encostou um bote com um pescador. No interior do bote, havia vários peixes de bom tamanho.
O banqueiro elogiou o pescador pela qualidade dos peixes, perguntando-lhe em seguida quanto tempo tinha levado para pescá-los. O pescador respondeu que fora bem pouco tempo.
Então, o banqueiro lhe perguntou porque não ficara mais tempo no mar, pois assim teria pescado ainda mais. O pescador respondeu que já tinha o suficiente para as necessidades da família.
Diante de tal resposta, o banqueiro perguntou:
"Que faz você no resto do tempo?"
"Depois de pescar eu descanso um pouco, brinco com meus filhos, tiro uma siesta com a esposa e, à noite, na companhia de uns amigos, tomo vinho e toco violão. Tenho uma vida ocupada, mas divertida."
Disse o banqueiro:
"Como sou MBA por Havard eu posso lhe ajudar. Deveria passar mais tempo na pesca e, com o resultado de uma maior produção, comprar um bote maior; a seguir, comprar vários botes até, quem sabe, possuir uma frota de barcos pesqueiros. Poderia depois, em vez de vender o pescado a um intermediário, vendê-lo diretamente ao processador ou, melhor ainda, ter a sua própria empresa para processá-lo. Assim, controlaria a produção, o processamento e a distribuição. Deveria também sair deste povoado e ir para a capital, onde seria o dono de uma empresa em expansão..."
"Quanto tempo leva isso?"
"Entre 15 e 20 anos."
"E para quê?"
O banqueiro riu, e disse que essa era a melhor parte.
"Quando chegar essa hora você anuncia uma IPO (initial public offering) e vende as ações de sua empresa ao público. Ficará rico, terá milhões..."
"Milhões... e para quê?"
"Ora, logo você se aposenta. Muda-se para um povoado na costa, onde pode dormir até tarde, pescar um pouco, brincar com seus filhos, tirar a siesta com a mulher e, à noite, tomar vinho e tocar violão com seus amigos."
"Mas... eu já não faço isso?"

Traduzido do texto "Pescando la felicidad" in: Cuando calienta el blog.
Ilustrado com a reprodução eletrônica de um quadro de Escher.
PGCS

2 comentários:

Ynot Nosirrah disse...

Boa resposta. Se ele fosse pela cabeça do banqueiro, ele nem ia mais brincar com os filhos. Só com os netos e olhe lá.

Paulo Gurgel disse...

Emendou bem, Ynot.
Um abraço.