19 fevereiro, 2011

Da arte de julgar

Eram dois vizinhos. Um deles comprou um coelho para os filhos. Os filhos do outro vizinho também quiseram um animal de estimação. E os pais deles compraram um filhote de pastor alemão.
Começou uma conversa entre os dois vizinhos:
- Ele vai comer o meu coelho!
- De jeito nenhum. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos e fazer amizade!
É... Parece que o dono do cão tinha razão. Juntos cresceram e se tornaram amigos. Era comum ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. E as crianças, felizes, com os dois animais que criavam.


Eis que o dono do coelho foi viajar com a família, num fim de semana. E não levaram o coelho.
No domingo, à tarde, o dono do cachorro e sua família tomavam um lanche tranquilamente, quando, de repente, entra o pastor alemão com o coelho carregado entre os dentes, imundo, sujo de terra e morto.
O cão levou uma tremenda surra! Quase o mataram de tanta pancada.
Dizia o homem:
- O vizinho estava certo. Só podia dar nisso!
Mais algumas horas, os vizinhos iam chegar. E agora?!
Todos se olhavam. O cachorro, coitado, lá fora, lambendo os ferimentos.
- Já pensaram como vão ficar as crianças?
Não se sabe exatamente quem teve essa idéia, mas parecia infalível.
- Vamos lavar o coelho, deixá-lo limpinho, enxugá-lo com o secador e depois o colocamos em sua casinha.
E assim fizeram. Ficou com bom aspecto o animal morto. Parecia vivo, diziam as crianças.
Logo depois, veem os vizinhos chegando. Ouvem os gritos das crianças.
- Descobriram!
Em poucos minutos, o dono do coelho veio bater à porta, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.
- O que foi?! Que cara é essa?
- O coelho, o coelho...
- O que tem o coelho?
- Morreu!
- Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.
- Morreu na sexta-feira!
- Na sexta?!
- Foi. Antes de viajarmos, as crianças o enterraram no fundo do quintal e agora ele reapareceu!

A história termina aqui. O que aconteceu depois fica com a imaginação de cada um de nós. Mas o grande personagem desta história, sem dúvida alguma, é o cachorro. Imaginem que o coitado, desde sexta-feira, em vão procurou por seu amigo de infância. Até que, depois de muito farejar, descobriu que ele estava morto e enterrado. O que fez o cão, a seguir? Provavelmente, com o coração partido, desenterrou o amigo e foi mostrá-lo a seus donos, imaginando que estes poderiam ressuscitá-lo.
Fonte: internet, reescrita

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