06 janeiro, 2014

No túnel do contratempo

Tradução: Nhenhenhém
“O ano que termina não foi dos melhores para o país: nuvens pesadas rondam a economia, contas públicas se complicam, inflação perigosa. Felizmente, a massa salarial não caiu nem o desemprego voltou a assustar. Mas, até quando?
Há, entretanto, sinais alentadores: a população tomou as ruas para exigir melhor qualidade de vida, demonstrando inconformidade com a patifaria política e com a corrupção. E o Supremo Tribunal Federal mostrou que mesmo os poderosos têm de obedecer às leis, pagando os desvios de comportamento com o preço da liberdade. Sopra, pois, a esperança.
Meus votos para 2014, além dos relativos ao bem estar das pessoas e ao aumento da solidariedade entre nós, são de que o início de despertar do povo brasileiro encontre eco em lideranças responsáveis, capazes de abrir caminhos novos, mais seguros. Líderes que ofereçam prosperidade duradoura e garantam as liberdades individuais e coletivas. Ano eleitoral é sempre ano de expectativas de mudanças. Que elas venham e nos levem a um futuro melhor."
FHC

"Uma rápida análise, parágrafo a parágrafo, mostra que o “rapaz” realmente está com problemas – no mínimo, de memória. “Nuvens pesadas” atormentaram a economia durante o seu triste reinado – com o Brasil de joelhos para o FMI, inflação em alta e desajustes das contas públicas em prol do capital financeiro. Na sua época, a “massa salarial” foi achatada e o desemprego bateu recorde. O agourento pergunta “até quando?”. Se depender do PSDB, basta o seu cambaleante candidato vencer a disputa presidencial para estas chagas voltarem!
Quanto à “inconformidade com a patifaria política e com a corrupção”, FHC devia tomar mais cuidado com o que escreve – mesmo que peça para esquecer depois. É só relembrar da compra de votos para a sua reeleição, da criminosa privatização das estatais (a famosa privataria tucana), do socorro amigo aos banqueiros (Proer) e de outras sujeiras. Pena que o STF e a mídia nunca investigaram estes casos escabrosos – e há dúvidas se investigarão o mensalão tucano de Minas Gerais ou o “trensalão” tucano de São Paulo. Isto talvez explique o seu “sopro de esperança”.
Já no último parágrafo, FHC expressa seus “votos para 2014” ao desejar que o “povo brasileiro encontre eco em lideranças responsáveis, capazes de abrir caminhos novos, mais seguros”. Não cita Aécio Neves talvez porque nem ele acredite seriamente nesta candidatura tão cambaleante. Na prática, FHC prega o retorno ao reinado neoliberal de desmonte do Estado, da nação e do trabalho. Ou seja: é uma mensagem de péssimo 2014! A nossa sorte é que o ex-presidente é um dos mais rejeitados e odiados da história do Brasil. Poucos darão muita atenção aos seus votos de ano novo!"
Altamiro Borges, em seu Blog
Vídeo
Em 1999, o então presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso foi à Florença (Itália) para um encontro de governantes dos países da chamada terceira via. O Brasil estava quebrado, pendurado no FMI. FHC fez o discurso da choradeira dos quebrados, pedindo aos líderes dos EUA e Europa, que criassem uma espécie de CPMF mundial para salvar o Brasil da fuga de capitais especulativos. Bill Clinton, Tony Blair, e Schroeder receberam mal a proposta. Clinton passou um verdadeiro sermão em FHC, sugerindo que faltava CONFIANÇA, HONESTIDADE, eficiência e boa governança sob FHC. Enquanto outros países haviam resolvido estes problemas, citando Chile e Uganda, como exemplos para FHC seguir. Clinton e os demais líderes agiram na defesa dos interesses de seus países, que eram os vencedores naquela ordem mundial. FHC agiu mal, com incompetência política, ao não se articular previamente para o encontro a fim de não passar esse vexame. E agiu pior, de forma humilhante e envergonhando o Brasil, ao não defender o país diante do sermão de Clinton (se é que tinha jeito, naquele governo submisso e dependente, sob intervenção do FMI).



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