21 janeiro, 2014

Um raio mortífero na praia

O fotógrafo Rogério Soares, 40 anos, registrou o momento em que a turista brasileira Rosangela Biavati foi atingida pela descarga elétrica na praia da Enseada, no Guarujá. O profissional estava fazendo fotos do movimento das praias quando, por volta das 15 horas, o tempo começou a fechar. “Chamou a minha atenção o carro parado na faixa de areia, e comecei a fazer o registro.”
De dentro do carro da reportagem, onde se abrigava da chuva, Soares sentiu o impacto do raio. “Foi tão forte que eu achei que tinha caído ao meu lado.”
Foi quando ele se deu conta de que a moça que fotografava entrando no mar, de braços abertos, estava no chão, sendo socorrida pelos familiares. “Por cerca de dois minutos eles tentaram reanimá-la, mas como continuavam caindo raios, os parentes a tiraram dali na caminhonete”, afirma.
Em janeiro do ano passado, Soares acompanhou profissionalmente o caso de um menino que foi atingido por um raio quando caminhava com os pais no calçadão.
A professora de Física da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Rosângela Gin diz que o alerta é essencial. “Não adianta se proteger só da chuva. A pessoa precisa se abrigar em local fechado, e não em pontos de ônibus, debaixo de árvores.” Segundo Rosângela, os quiosques da praia não são seguros por serem abertos. O ideal, conforme a especialista, é se abrigar dentro de um imóvel ou carro fechado.
A professora explica que em locais abertos a probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio é maior por conta de sua altura em relação ao solo. “O raio procura os pontos mais altos para se conectar com o chão.” Além disso, a pessoa não precisa ser atingida diretamente para sofrer consequências para a saúde. “A descarga elétrica pode alcançar uma pessoa a até dez quilômetros de distância de onde o raio caiu.”

Um surpreendente memento mori, fotografado por Soares

A melhor maneira de se proteger de um raio?
Viver em um país desenvolvido.
"Os Estados Unidos são um grande estudo de caso para o fenômeno", escreveu Rebecca J. Rosen no The Atlantic. No início do século 20, cerca de 400 estadunidenses eram mortos por raios, anualmente. Em 2011, esse número foi 23.
Contribuem para a redução de mortes por raios nos países desenvolvidos a urbanização, a tecnologia, a qualidade das moradias, a educação pública e outros fatores.

07/08/2017 - Só para comparar
Raio atinge um rio (vídeo)

Nenhum comentário: