07 agosto, 2015

Combatendo o mau combate

Tudo que você realmente precisa para ser contra a guerra é ter um bom senso de história. Guerras raramente terminam bem. Na verdade, a maioria acaba mal para um lado, para o outro lado, e, por vezes, para ambos os lados e para todos os outros ao redor. Guerra é uma merda. No entanto, cada vez que nos viramos, há alguém por aí que acha que devemos ir correndo para salvar alguém da morte certa. O céu está caindo, mais uma vez, e só a América pode resolver isso.
Como isso tem funcionado?
A intervenção para acabar com todas as intervenções foi no Vietnã. Ficamos lá até que 58 mil norte-americanos fossem mortos. Afora os 1.500 que nunca foram contabilizados e que estão presumivelmente mortos, exceto para aquelas pessoas que ouvem rádio e acreditam que eles ainda estão sendo mantidos em cativeiro.
Fomos para o Vietnã para ajudar a sustentar um governo impopular e, com o passar dos anos, as coisas foram ficando terríveis. Oh, meu deus, por que não podíamos simplesmente sair, pouco nos importando com o que aconteceria depois com aquelas pessoas?
Em 1962, o presidente Kennedy, o secretário de Defesa McNamara e seus conselheiros militares decidiram ficar no Vietnã, não porque era a coisa certa a fazer, mas porque simplesmente não se conseguia encontrar uma maneira de sair. E, naquela época, menos de trezentos norte-americanos haviam morrido por lá.
Mas, então houve o Iraque 1 e, em seguida, o Iraque 2, e depois houve o Afeganistão, versão 399,76 (porque, em um ponto ou outro do tempo, todos na Terra já invadiram aquele país).
Acaba mal. Portanto, fique fora disso!
Mas... estávamos certos de que a Tempestade no Deserto, a Primeira Guerra do Golfo, também estava certo. Ela acabou bem, não foi? Só que, outro Bush depois, lá estávamos nós de volta ao Iraque.
Então, o que aconteceu de novo depois que saímos do Vietnã? Houve um banho de sangue e um monte de pessoas foram mortas. Deixamos o Iraque, mas o sangue continua a fluir. Que, diabos, queremos mais que aconteça? Pegamos o décimo mais forte militar do mundo e, após tirá-lo do governo, o substituímos por algumas pessoas que fizeram negócios com a gente. Mas as pessoas que seguiam as nossas regras não continuaram sendo as pessoas que levariam outras pessoas a segui-las, Hei, isso se parece com o "Nã", não é?
Quando você entra em um país e mata algumas pessoas, e explode coisas, tem que se perguntar se pretende permanecer no lugar, como fizemos aqui na América. É assim que as guerras são vencidas. Se você não está interessado em que seja assim, o que, diabos você está fazendo? É como chutar na porta de alguém, não pegar o que tem e lhe dizer que você é amigo porque não pegou nada.
Nosso governo não tem a menor ideia de como conduzir uma guerra nem de por que as guerras são travadas.
Devemos apenas sair. E, antes de estarmos de volta, nós devemos dizer às pessoas "Lamentamos, mas vocês agora é que vão lutar suas guerras. Quando nós mesmos lutamos os resultados nunca são o que esperamos."
Mike, Bits and Pieces. Tradução: PGCS

2 comentários:

Fernando Gurgel disse...

Segundo Karl Kraus,escritor e ativista político austríaco, "A guerra, a princípio, é a esperança de que a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de que o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver que o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver que todo mundo se ferrou."

Definição mais que perfeita.

Paulo Gurgel disse...

Conduta mais que perfeita:
Guerra? Me tira dessa terra.