22 setembro, 2015

Um pouco de filosofia sobre a viagem no tempo

Parece coerente supor que um viajante do tempo pode afetar o passado, mas não mudá-lo.
Talvez, eu possa inventar uma máquina do tempo amanhã e ir a 1865 para salvar Lincoln de John Wilkes Booth. Eu poderia chegar ao teatro Ford e correr em direção ao camarote de Lincoln. Eu poderia até lutar heroicamente com Booth no corredor. Mas, sei de antemão que não serei bem sucedido, porque a história nos diz que Booth disparou contra Lincoln naquela noite.
Essa maneira de olhar para a viagem no tempo não implica paradoxos, mas cria um problema. Se é possível viajar no tempo, então presumivelmente centenas de viajantes do tempo, bem intencionados, convergiram para o camarote de Lincoln naquela noite. Todos determinados a salvar o presidente e todos, de alguma maneira, a escorregar em cascas de banana.
A viagem não é impossível, mas parece terrivelmente improvável. E o próprio fato da morte de Lincoln no teatro parece confirmar que a viagem no tempo não é possível.

Nicholas J.J. Smith, "Bananas Enough for Time Travel?", The British Journal for the Philosophy of Science, setembro de 1997

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