12 fevereiro, 2016

Defendendo Darwin

por James J. Krupa, professor de Biologia da Universidade de Kentucky, EUA
Nós vivemos em uma nação onde a aceitação pública da evolução das espécies é a segunda mais baixa de 34 países desenvolvidos, apenas à frente da Turquia. Cerca de metade dos americanos rejeitam algum aspecto da evolução, acreditam que a Terra tem menos de 10.000 anos de idade e que os seres humanos conviveram com os dinossauros. Onde eu moro, muitos acreditam que a evolução seja sinônimo de ateísmo, e há aqueles que consideram que estou ensinando heresia para milhares de estudantes. Um pastor local, que eu nunca conheci, escreveu um artigo no Christian University reclamando que eu estava a ensinar, como um não-cristão, uma religião alternativa.
Há alunos que se matriculam em meus cursos já aceitando a evolução. Embora ainda não estejam particularmente bem informados sobre o assunto, eles estão ansiosos para saber mais. Há  os estudantes, cujas mentes já estão lacradas para a possibilidade de existir a evolução, mas que assistem as minhas aulas para cumprir uma exigência da faculdade. E há os alunos que ainda não têm opinião mas que, de uma forma ou de outra, são mentes abertas. Estes são os alunos que eu espero convencer apresentando as evidências sobre a evolução.
Alguns alunos se ofendem com muita facilidade. Durante uma palestra, um estudante fez uma pergunta que eu já ouvi muitas vezes: "Se nós evoluímos dos macacos, por que ainda há macacos?" Minha resposta foi e é sempre a mesma: Não evoluímos dos macacos. Os humanos e os macacos evoluíram a partir de um ancestral comum. Uma população ancestral evoluiu em uma direção para os macacos modernos, enquanto outra evoluiu para os seres humanos. Essa explicação funciona para a maioria dos estudantes, mas não para todos. Naquela ocasião, eu tentei outra. Argumentando o seguinte: os católicos são a mais antiga denominação cristã e, se os protestantes evoluiram dos católicos, por que ainda há católicos? Alguns alunos riram, alguns acharam que era um exemplo esclarecedor, e outros ficaram claramente ofendidos. Dois dias depois, um estudante caminhou até o púlpito depois da aula e me informou que eu estava errado sobre os católicos. Ele disse que os batistas foram os primeiros cristãos, o que é claramente mostrado na Bíblia. Eu lhe perguntei em que parte da Bíblia lera isso. Ele olhou para mim e disse: "João Batista, dã-ã!" E se retirou.
Para compreender verdadeiramente a evolução, você primeiro deve entender a ciência. Infelizmente, uma das palavras mais mal utilizadas hoje é também uma das mais importantes para a ciência: teoria . Muitos veem incorretamente a teoria como o oposto do fato. A Academia Nacional de Ciências fornece definições concisas para estas palavras críticas: O fato é uma explicação científica que foi testada e confirmada tantas vezes que já não há uma razão convincente para que continue sendo testada. Já a teoria é uma explicação detalhada de alguns aspectos da natureza, que é apoiada por um vasto conjunto de provas que geram predições testáveis ​​e falseáveis.
Na ciência, algo tanto pode ser fato quanto teoria. Sabemos da existência de patógenos, é um fato, e a teoria dos germes fornece explicações testáveis ​​sobre a natureza da doença. Sabemos da existência de células, é um fato, e a teoria celular fornece explicações testáveis ​​de como as células funcionam. Da mesma forma, sabemos que a evolução é um fato e que as teoria da evolução explica os padrões e mecanismos biológicos. O falecido Stephen Jay Gould disse-o ainda melhor:
"A evolução é uma teoria. É também um fato. E fatos e teorias são coisas diferentes, mas não degraus de uma hierarquia para aumentar a segurança. Fatos são dados do mundo. Teorias são estruturas de idéias que explicam e interpretam os fatos."
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