27 março, 2016

Médicos pela Democracia

Foi lançado na terça-feira, 22, em Fortaleza-CE, por um grupo de médicos progressistas, o movimento "MÉDICOS PELA DEMOCRACIA", com um manifesto em defesa da democracia em nosso país.
O movimento, que tem como principais articuladores o Dr. Manoel Fonseca e o Dr. Arruda Bastos, ex-secretário de Saúde do Ceará, já conta com a participação de 108 médicos.
Manifesto
"O correr da vida embrulha tudo; a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." ~ Guimarães Rosa
Vivemos um tempo sombrio em nosso país, em que o Estado de Direito está sendo corroído e há uma exacerbação de preconceitos, intolerância e violência.
A Constituição brasileira está sendo aviltada por decisões judiciais arbitrárias. Não aceitamos a tentativa de golpe que visa a cassar a vontade livre e soberana dos brasileiros que se expressaram nas urnas. Diante desta grave situação, nós, "Médicos pela Democracia", firmamos nossa posição:
1- Defendemos a Democracia e a manutenção do Estado Democrático de Direito, respeitando o arcabouço jurídico previsto na Constituição Brasileira de 1988.
2- Acreditamos que o debate político, pautado pelo respeito, destituído de sentimentos de ódio, preconceito e de incitação à violência é salutar para a jovem democracia brasileira.
3- Não compactuamos com a corrupção e defendemos que corruptos e corruptores sejam investigados, julgados e punidos, dentro da Lei, protegendo o direito à ampla defesa, à presunção de inocência e ao contraditório.
4- Repudiamos a seletividade e a parcialidade observadas em distintas ações executadas por setores do judiciário e da polícia federal, induzindo-nos a crer que exista uma articulação entre tais setores, alguns partidos e a grande mídia, com o objetivo de destituir a Presidente da República.
5- Discordamos dos posicionamentos sobre a atual conjuntura política, publicados recentemente, sem consulta à categoria, das entidades médicas: Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e o Sindicato dos Médicos do Ceará.
6- Não aceitamos que, insuflados por operações espetaculosas do aparelho judicial-midiático, se estabeleça um clima de intolerância e violência em nosso país e atitudes fascistas sejam estimuladas, quebrando a liberdade de opinião e destroçando as relações sociais.
Defendemos, portanto, o Estado Democrático de Direito, a Soberania Nacional, a Justiça Social e a Liberdade. Não ao Golpe!

27/03/2016, 19h44 - O que está acontecendo?
Sai o Japonês da Federal, entra o Decano YouTuber.

Um comentário:

Paulo Gurgel disse...

Apreciei muito o comentário que DALGIMAR M. inseriu ao subscrever o manifesto "Médicos pela Democracia" no site "Petição Pública":
"Já passei por dois desses momentos de exacerbação da insensatez e da cretinice de muitos, na esteira de palavras de ordem e clichês da direitona, que não pode perder eleições; ainda menino, 1954, era do rádio, bruit de fond de mau cheiro da UDN que culminou no suicídio de Getúlio Vargas; depois, como extensão, os eventos nefastos que redundaram no golpe de primeiro de abril de 1964; nesse então, eu era estudante de Medicina; eles chegaram com suas passeatas de Pátria, Família, Tradição e Propriedade: a barbárie instalou-se. Agora eu diria assim: estou de pleno acordo com o Chomsky, quando diz que é virtualmente impossível a prática da democracia no sistema político-econômico em que vivemos, mas me resguardo o otimismo da vontade, mesmo aturando o pessimismo da inteligência (Gramsci, falecido dois dias depois de sair de uma prisão de Mussolini); terá sido Bentham, se não, um dos dois Mills, a dizer que as ações humanas, em maioria absoluta, não são regidas pela razão. Por outro lado, a gente também se diverte, principalmente nas redes sociais, com o besteirol grosseiro [mas nocivo], de que fala mestre, recém-finado, Umberto Eco (Ecco!): as redes sociais deram voz aos cretinos."