08 março, 2017

Quando os computadores eram femininos

No Observatório de Harvard, ao final do século 19, uma dúzia de computadores elaborava cálculos complexos para mapear as estrelas, na sala de cálculos da astronomia, Esses computadores trabalhavam de saias e espartilhos, manuseando seus lápis em mesas de madeira grossa. Não eram do tipo que conhecemos hoje, mas sim equipes de pessoas que empregavam a aritmética para transformar dados observacionais em uma forma utilizável.
Esses "computadores de Harvard", sentados em uma pequena sala revestida com papel de parede floral e cercados por pilhas de papéis e cartas de estrelas, não só fizeram avançar o campo da astronomia como também criaram novos sistemas para estudar as estrelas, alguns deles ainda usados atualmente.


O Observatório de Harvard viria a tornar-se uma incubadora para as habilidades de mulheres brilhantes:
– Wilhelmina Fleming, que descobriu e catalogou mais de 10 mil estrelas, várias nebulosas, a existência das estrelas anãs brancas, e também supervisionou mais de 80 outros "computadores do sexo feminino".
– Henrietta Swan Leavitt, que descobriu uma relação logarítmica entre o período de luminosidade de certas estrelas que mudam o brilho aparente ao longo do tempo e sua distância das outras, um método que possibilita os astrônomos medir a nossa proximidade de outras galáxias.
– Annie Jump Cannon, que trouxe novos conhecimentos das interações entre luz, matéria e radiação, através de seus estudos em astronomia espectroscópica.
Mnemônico
Cannon também inventou o sistema de classificação das estrelas com base em seu brilho e tamanho. Ainda hoje, os estudantes de astronomia memorizam estas letras: O, B, A, F, G, K, M, que são as iniciais do mnemônico "Oh Be A Fine Girl, Kiss Me" (oh,seja uma boa garota, beije-me).

Extraído de How Female Computers Mapped the Universe and Brought America to the Moon,de Natalie Zarrelli. In: Atlas Obscura

8 de março – Dia Internacional da Mulher

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